Projeto
Joshey Leão, Memória e Escrita de Si
O Projeto

Higienização
Limpeza mecânica para papeis e também química para objetos metálicos (troféus e medalhas).
Reserva Técnica
Planejamento da reserva técncia levando em conta as características do acervo, acessibilidade, distribuição de peso, facilidade de manuseio.
Joshey Leão, Memória
e Escrita de Si
Em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da cidade de Assis, interior do Estado de São Paulo, e com os recursos financeiros do edital Funarte Retomada 2023, da Fundação Nacional de Artes - Funarte, órgão do Ministério da Cultura, este projeto tem como objetivo principal a salvaguarda e extroversão do acervo pessoal de Joshey Leão, um dos mais importantes bailarinos brasileiros, natural de Assis.
José Leão de Carvalho Neto, de nome artístico Joshey Leão, nasceu em Assis em 19 de maio de 1927 e faleceu em São Paulo em 14 de abril de 1983, prestes a fazer 56 anos.
Seu acervo é constituído de objetos pessoais e profissionais, prêmios, troféus, fotografias, documentos, roupas, figurinos, mobiliário. Destaca-se sua coleção de troféus e medalhas das dezenas de premiações, evidenciando sua importância no cenário da dança brasileira. O acervo foi doado por seus familiares à prefeitura de Assis, cidade em que nasceu.
Salvaguarda e Extroversão
Salvaguarda é o conjunto de medidas para proteger, conservar e documentar o acervo museológico, garantindo sua integridade física e significados culturais. E extroversão são ações e estratégias para compartilhar o acervo com o público, promovendo acesso e educação.
Salvaguarda e extroversão são pilares deste projeto. Enquanto a salvaguarda foca na preservação interna, a extroversão prioriza a disseminação externa. Juntas, equilibram a proteção do patrimônio com sua função social.
A salvaguarda acontece pela higienização do acervo, inventariamento, digitalização, embalamento e correta armazenagem, com a montagem da reserva técnica.
A extroversão pela exposição e pelo portal da internet com acesso completo ao banco de dados, inventário e acervo.
Os trabalhos foram realizados na cidade de Assis e na capital, São Paulo. Em Assis, no Centro Cultural Dona Pimpa, muito bem localizado no centro da cidade, onde a reserva técnica será instalada brevemente e onde acontecerá a exposição.
Museu e Arquivo Histórico de Assis - MAHA
O acervo pessoal de Joshey Leão faz parte do Museu e Arquivo Histórico de Assis, o MAHA. Além do acervo de Joshey Leão, o MAHA é composto por conjuntos de documentos que descrevem a expansão territorial e os modos de viver e fazer do oeste de São Paulo, no início do século XX.
Os grandes conjuntos são formados pelo acervo do Museu do Ferroviário “Agenor Francisco Felizardo”, desativado em 2013, pela coleção “Tropeiros”, pelos arquivos pessoais de Dona Pimpa e de Joshey Leão, e por coleções pedagógicas de fósseis, numismática, pedras e peças têxteis (vestuário/uniformes), dentre outros documentos.
Inventário
Inventariar uma peça de museu é um processo fundamental na gestão de acervos museológicos, que consiste em registrar, descrever e documentar um objeto de forma sistemática para fins de identificação, controle e preservação. Esse procedimento é essencial para a organização, pesquisa e proteção do patrimônio cultural.
Importância do inventário
Preservação: Ajuda a monitorar o estado da peça ao longo do tempo.
Segurança: Evita perdas e facilita a fiscalização.
Pesquisa: Disponibiliza informações para estudiosos e curadores.
Legalidade: Cumpre exigências legais, como as portarias do Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM.
Mais de 800 peças do acervo de Joshey Leão foram inventariadas. Para cada uma foram observados e catalogados 30 itens como dimensões, estado geral de conservação, forma de manuseio, guarda, autoria, localização, histórico, descrição, categorização no Tesauro de Acervos Museológicos (com base no Tesauro de Objetos do Patrimônio Cultural nos Museus Brasileiros, trabalho de Helena Dodd Ferrez) e informações administrativas, como propriedade, responsável técnico, doador/a, datas etc. Além do registro fotográfico de todas as peças inventariadas.
Com essas informações será possível o monitoramento e conservação do acervo, garantirá seu controle e fiscalização, facilitará a criação de exposições, o empréstimo de itens e a pesquisa.
Este trabalho foi realizado por 9 pessoas, que se revezaram entre supervisão, pesquisa e coleta de informações, digitalização, digitação para o banco de dados e conferência.
A higienização de peças de museus é um processo essencial para a conservação preventiva, pois remove sujidades, microrganismos e agentes degradantes que podem danificar os objetos ao longo do tempo. No entanto, essa atividade deve ser realizada com extremo cuidado, pois técnicas inadequadas podem causar danos irreversíveis.
A higienização em museus não é apenas "limpeza", mas um ato técnico-científico que exige conhecimento dos materiais e métodos adequados. Quando bem executada, prolonga a vida das peças e mantém sua integridade para futuras gerações.
Objetivos da Higienização
Remover poeira, fuligem e contaminantes que aceleram a deterioração.
Controlar/eliminar pragas (como insetos e fungos) que se alimentam de materiais orgânicos.
Melhorar a legibilidade e integridade da peça (especialmente em documentos e pinturas).
Preparar o objeto para exposição, armazenamento ou restauro.
Técnicas de Higienização Utilizadas
Limpeza Mecânica (Física)
Pincéis de cerdas macias, para remoção de poeira superficial.
Aspiradores de baixa sucção com filtro HEPA para evitar danos.
Esponjas de borracha, para superfícies delicadas.
Limpeza Química (Controlada)
Solventes neutros (como água destilada ou álcool isopropílico diluído)
Acondicionamento
O acondicionamento foi realizado com materiais de pH neutro, testados, como invólucros de papel glassini, seda, offset, polipropileno (polionda), polietileno expandido, entre outros materiais regularmente utilizados para conservação de acervos.
Reserva Técnica
Segurança
Além do local e mobiliário adequado, a utilização de embalagens e suportes específicos (compradas ou produzidas) o local possui corredores amplos para o manuseio e retirada de peças das estantes e armários, garantindo uma maior segurança e conservação do acervo.
Controle
Aliada ao inventário realizado, a reserva técnica permitirá o acesso e controle facilitados e corretos ao acervo.
Acessibilidade
A Reserva técnica foi projetada par ser acessível arquitetonicamente, permitindo a circulação de pessoas com mobilidade reduzida.
Diretrizes
Existiram fatores que influenciaram a definição do projeto da Reserva Técnica em uma das salas do primeiro pavimento do Centro Cultural Dona Pimpa, para abrigar todo o acervo do MAHA (Museu e Arquivo Histórico de Assis), não somente o acervo pessoal de Joshey Leão. Acervo este que contém uma grande diversidade de tipos de itens e objetos que necessitam de organização e conservação.
Foi realizado o fechamento das janelas para impedir a incidência de luz solar, facilitar o controle de temperatura e evitar poluição e sujidades.
O dimensionamento da circulação de acordo com as condições de acessibilidade e que possibilite o fácil manuseio e transporte dos objetos. A correta distribuição dos pesos, pois se trata de um local num pavimento superior. Foi dimensionado também a não ocupação e distanciamento próximo às janelas - embora vedadas - para evitar possíveis riscos.
A utilização do mobiliário padrão próprio para a guarda de diferentes formatos de objetos, com acabamentos em pintura eletrostática. Nas estantes, foram dimensionadas diferentes formas de prateleiras para a devida organização dos diferentes acervos.
Banco de Dados
Exposição Joshey Leão, Memória e Escrita de Si
Escrita de Si refere-se a uma abordagem que valoriza a narrativa pessoal, a subjetividade e a autorrepresentação nas exposições e acervos museológicos. Esse conceito está associado à ideia de que os indivíduos e comunidades podem (e devem) contar suas próprias histórias.
Devemos acreditar que os itens de um acervo pessoal foram escolhidos e guardados por terem significados específicos e de alguma maneira sejam importantes para quem guardou.
Através deste acervo tenta-se criar uma narrativa que seja a mais fiel possível às intenções e significados da coleção.
Originalmente planejada para ser no hall do Teatro Municipal de Assis, ganhou um espaço novo e exclusivo, agora no Centro Cultural Dona Pimpa, na mesma cidade. A exposição deverá ser inaugurada durante as comemorações do aniversário da cidade, em julho de 2025.

Equipe, parcerias e agradecimentos
Paulo Cauhy
Proponente e coordenador geral
Carlos Henrique Marcelino
Coordenador técnico e curador
Lara Bottos
Arquiteta
Elisa Vasconcelos
Assistente de Pesquisa e Conservação
Cláudia Trindade de Oliveira
Assistente de Pesquisa e Conservação
Taynara de Souza Martins
Assistente de Pesquisa e Conservação
Maria Clara Camargo Teles
Assistente de Pesquisa e Conservação
Isabel Ribeiro Ricardo
Assistente de Pesquisa e Conservação
José Willams
Assistente de Pesquisa e Conservação
Prefeitura Municipal de Assis
Prefeita Profa. Dra. Telma Gonçalves Carneiro Spera de Andrade
Secretaria de Cultura de Assis
Secretário Paulo Gustavo Brasil Machado
Universidade Estadual Paulista,
campus Assis
Diretora Dra. Renata Giassi Udulutsch
Centro de Documentação e Apoio à
Pesquisa, Unesp Assis
Agradecimentos
Pessoas e instituições que contribuíram para a realização deste projeto:
Sônia Leão
Maria Helina Zuardi Pedroso
Renato Felix
Escola de Dança de São Paulo
Theatro Municipal de São Paulo
Museu Afro Brasil Emanoel Araújo
Unesp Assis
Desenvolvedores/as do Tainacan
Agradecimento Especial
A Emerson Gonçalves (em memória)
Foi Secretário de Cultura de Assis e grande apoiador deste projeto
Todas informações
do acervo disponíveis
para todos
Cerca de 80% do acervo foi inventariado, higienizado e digitalizado, e todo o resultado deste trabalho está disponível para o acesso de todos. E este banco de dados continuará a crescer.
Como o acervo é muito grande e vários itens careciam de identificação, muitas informações ainda estão sendo pesquisadas para complementar as já existentes.
Um sistema flexível e
com muitas maneiras
de pesquisar
O banco de dados permite desde uma busca simples a uma série de combinações de filtragens, oferecendo uma seleção precisa do que se pretende encontrar.
Possui 9 formas diferentes de apresentar os resultados das buscas, as consideradas mais adequadas para o tipo de acervo. E o usuário escolhe quais informações dos itens (metadados) devem ser visualizadas.
O sistema que gerencia o banco de dados é o Tainacan, um software livre, gratuito, flexível e potente para criação de repositórios de acervos digitais em WordPress.
Esse sistema foi desenvolvido com uma parceria governamental entre Ministério da Cultura e Universidades Públicas e está sendo utilizado por dezenas de museus públicos e particulares, nacionais e internacionais.